Alô alô, amigos da nubosfera! Brincadeira… ou nem tanto.
A introdução é literalmente o que está no subtítulo: estou vendo todo mundo escrevendo em formato de blog como se fosse 2008 e ficando com inveja, querendo escrever também, porque faz anos… talvez até uma década que eu não escrevo como se fosse um blog. Acho que a última década só serviu pra duas coisas na minha escrita: botar toda a angústia pra fora e tentar fazer umas experiências místicas com as palavras, do que não me arrependo, mas sinto falta de… só escrever, como todo mundo anda fazendo, vi todo mundo fazendo e quero voltar a fazer também.
Só tem um problema: eu não sei até que ponto consigo falar de algo interessante. Na verdade, tenho quase certeza que não vou conseguir falar de absolutamente nada inerentemente interessante, não vou escrever nada genial, não sei nem em que formato vou escrever posts de blog. Talvez sejam só palavras assim mesmo, ao vento, tentando me comunicar com um possível leitor, ao mesmo tempo que querendo que o leitor vá embora, ao mesmo tempo que sei lá. Tanto faz. Eu sinto falta de escrever até pra mim mesmo, OK, mas pro público também. Quem sabe escrevendo qualquer coisa pro público eu consigo voltar a escrever mais pra mim. Ou quem sabe não. Tanto faz.
Bom, vamos lá.
Tópicos
Mega Man X DiVE
Taiwan
América Latina
No dentista
Mega Man X3 / X4
Animes
Minha Crush Esqueceu Os Óculos
Mobile Suit Zeta Gundam
Dica do programador
Filosofia
Música
Carpenters
Gary Glitter
Brenda Lee
Hillsong
Sobre a situação no Oriente Médio
Misticismo quântico
Momento crente
Mega Man X DiVE
Taiwan
Não lembro exatamente qual dia mas, em algum dos dias entre a semana passada e essa semana, saiu o Mega Man X DiVE Offline, uma versão feita pra ninguém ficar chorando pelo fato da Capcom ter tido a coragem de colocar 500 personagens e skins de Mega Man num gacha e depois simplesmente encerrado o jogo como se eles pudessem simplesmente encerrar um jogo. Bem, eles podem. O jogo não saiu tão caro, são 30 dólares, o que deve dar uns 130 conto por aqui. Parece que está se saindo razoavelmente bem nas vendas também.
Pra quem nunca jogou o X DiVE, gosta de Mega Man e não está vivendo de salário mínimo, eu recomendaria dar um jeito de conseguir esse jogo. Acho que ele vai entreter por bastante tempo. Tem mais de 100 bonecos, embora infelizmente eles tenham removido alguns dos melhores bonecos: as trocentas armaduras de Monster Hunter, o X fazendo cosplay de Dante, o Zero fazendo cosplay de Vergil, o Ryu, a Chun-Li e o Akuma (é triste, mas não deu tempo de colocar nenhum personagem de Ace Attorney no jogo). Logo logo devem sair como DLC. Tem tipo umas 2374723472374 fases, juntando modo história, eventos, Jakob (que é tipo um survival e tem 175 fases dessa bagaça por dificuldade). Eu particularmente vou ver se consigo esse jogo emprestado em algum canto da internet, se é que me entendes, porque já gastei dinheiro no LATAM e acho uma sacanagem gastar de novo num jogo que eles deveriam me dar de graça como recompensa por ter sido um jogador fiel do online.
O servidor, servidor mesmo, Taiwan, está às traças. Como está desde junho, quando o End of Service foi anunciado, ou até mesmo desde a época ali em março, quando anunciaram o New DiVE Armor X, o personagem que quebrou completamente o jogo e deixou os mais experientes já em alerta vermelho para o fim do jogo se aproximando. Tem gente que diz que o DiVE morreu quando começou a virar festa o negócio de dar DiVE Armor para os personagens, e vieram umas armas limitadas super apelonas. Mas morto, mortinho mesmo da Silva, só desde junho.
Quem conseguiu o rank mais alto nas partidas rankeadas até a manhã de terça, conseguiu. Eu não consegui, subi para o GA1 já nos primeiros dias e, desde então, nunca mais encontrei partida. Rankeada não tem mais graça, de qualquer forma. Ganha quem tiver New DiVE Armor X e souber apertar os botões na hora mais certa, é divertido quando você consegue, é triste quando você não consegue, e é isso aí. Tem dias que você não consegue receber AP de 20 amigos porque você provavelmente não tem mais 20 amigos que jogam todos os dias e, se eles jogam, eles só abrem, vêem se tem EM (ouro) na caixinha, pegam, gastam com alguma coisa, e fecham. Aliás, desde quarta-feira, com o início do último mês do servidor, o jogo chutou o pau da barraca e está dando 1kEM todo dia, o equivalente a um 10-pull, ou praticamente o preço de um personagem na loja já que desde o anúncio do EoS você pode comprar absolutamente qualquer personagem ou arma na loja (exceto os que não saíram no Offline).
Enfim, eu vou até o último dia. Daqui a duas semanas começa o último Guild Boss, antes do servidor fechar. Eu entrei numa guilda nova porque, na minha anterior, fui o único que sobrou. Agora sempre pego top 10, mas nem sei se devem ter 10 guildas ativas ainda no jogo.
Entrou rerun do evento do Sigma e da Eratoeir fazendo cosplay de Jojo’s Bizarre Adventures. Talvez o último evento do jogo em que a Taicom colocou esforço. Fez fase nova com temática escola, deu skin de estudante pra todo robô, colocou voz pro RT-55J (só que esqueceu de desativar isso pros RT-55J sem skin então, desde esse evento, toda vez que você encara o RT-55J em qualquer modo do jogo ele tem voz de grandão bully), e colocou como chefão um Colonel com skin de bully de escola também. Serão duas semanas disso, mas com uma semana e poucos já dá pra pegar todas as recompensas e daí não precisa mais jogar.
Também saiu o banner da True Character Love da Iris e entrou o do Bass. Eu acho que nunca escrevi algo tão desinteressante quanto essa parte do texto mas, imagino que o Substack permita você ler as coisas por tópicos, então pode pular. True Character Love é o banner de EoS do DiVE, todo dia você tem direito a um pull e, nesse pull, com certeza virá algum personagem S referente ao personagem do destaque. No da Iris era a própria Iris, Iris de Dia dos Namorados, Iris -another-, Iris de Ano Novo e DiVE Armor Iris. Agora, no do Bass, tem o próprio Bass, Bass.EXE, BassGS, BassXX, Super Bass e Bass & Treble (sim, mistura com os da série Battle Network). Só sendo muito azarado pra passar 30 dias dando pull e não conseguir todos eles. No True Character Love do X, entretanto, era tanta armadura que acabei não conseguindo tirar o Copy X.
América Latina
O LATAM já é naturalmente uma bagunça, mas ultimamente está pior. Semana passada fiquei em choque que já veio banner da DiVE Armor iCO, sendo que a ordem no Taiwan era outra, mas depois descobri que eles escolheram um personagem diferente do Taiwan pra comemorar o aniversário de dois anos do servidor e aí deu no que deu. Jogar o LATAM anda sendo uma tortura. Estamos na quarta semana seguida batendo no Sigma: eles colocaram o Wolf Sigma (chefão final do Mega Man X) como Guild Boss (1 semana de duração), depois o Hell Sigma (do X6) como Raid Boss (2 semanas de duração), e aí quando pensei “meu Deus que maravilha acabou essa desgraça” veio a quarta-feira e lá estava o iconezinho de Guild Boss de novo, Reaper Sigma (primeira forma do X4). Raid Boss eu levo nas coxas mas infelizmente Guild Boss eu levo a sério, já que minha guilda é top 1 do LATAM em Guild Boss desde o final de 2021.
Além dessa palhaçada e da DiVE Armor iCO, que eu nem queria então nem fiquei incomodado de fato, veio mais um banner de arma limitada. Gastei tudo nele e ainda não veio a arma. O pity é no 100º pull, amanhã devo chegar no 80º. Tem mais uma semana. Se na próxima quarta-feira vier a última arma limitada, que é muito melhor do que essa mas eu também queria essa, eu mato a NebulaJoy.
Enfim, não joguem o LATAM. Na verdade nem adianta querer jogar o Mega Man X DiVE Online mais, você nunca vai conseguir alcançar os caras que estão quase no Lv. 200 (eu), e eles só sabem desconversar sobre se assumirão o jogo de vez e farão novos conteúdos ou anunciarão EoS global assim que alcançarem o conteúdo do Taiwan. Vale mais a pena o Offline mesmo.
No dentista
Fui atendido por uma dentista diferente semana passada e ela me disse que o ideal é usar aquele elastiquinho por dezesseis horas no dia. Dezesseis horas. Sempre que eu coloco esse elastiquinho do inferno pra dormir eu acordo com dor de cabeça, tenho dificuldades pra trabalhar (sendo que trabalhar por si só já é muito difícil), perco a vontade de comer e até mesmo de tomar água e aí fico passando mal de manhã. Quando tiro, fico triste só de pensar em colocar de volta. Aí muitas vezes acabo não colocando até a próxima consulta com o dentista e a próxima bronca.
Dezesseis horas.
Vai tomar no cu.
Mega Man X3 / X4
Semana retrasada eu tentei gravar a segunda parte do gameplay de Mega Man X3 mas a minha internet decidiu não colaborar, começou a cair bem na última fase e a gravação ficou apenas comigo chegando no Sigma e tomando uma surra. Bem, eu tomei mais surras ainda além da gravação, mas terminei. Pensei “OK, semana que vem gravo de novo essa última fase”, só que houve um probleminha: Password não funciona pros Sigma Stages, precisaria começar desde o primeiro, então fica pra próxima. Ninguém precisa ver eu apanhando do Sigma mesmo, tem muitos outros vídeos na internet.
Pra piorar, Mega Man X3 deve ser o jogo mais inútil da série X, talvez o pior também. “Ah Nubo, mas tem o Mega Man X7”, ok, mas a história de Mega Man X7 é muito boa e a personalidade principalmente do X é maravilhosa, enquanto no X3 temos um jogo meia-boca onde não acontece absolutamente nada de relevante. Ninguém nunca mais ligou pra “Dr. Doppler”, o Green Biker Dude do X2 sem nenhuma palavra conseguiu ser mais relevante do que aquele Mac, o personagem mais tosco da série toda. “Ah ele traiu os Hunters e não sei que” foda-se, o maluco já foi programado com cara de babaca, não é possível que alguém confiava nele. O cara nem barra de vida tinha. Só ficava pulando que nem uma perereca na tela. Tomar no cu.
O Dr. Doppler desenvolveu uma vacina e “absorveu” o Sigma Virus no final, se sacrificou, e isso não serviu pra porcaria nenhuma porque lá está o Sigma no X4 pimpão prontíssimo pra causar a primeira guerra entre Reploids e humanos só jogando xadrez político e infectando uns e outros na surdina. Que vacina é essa, velho. Foi só pra fazer cena, 1/4 dose de CoronaVac é mais efetiva que essa bosta. E o Dr. Doppler é tão ruim de serviço que programou os Robot Masters dele pra lutar contra o Mega Man clássico, o Blizzard Buffalo e o Tunnel Rhino simplesmente não vieram programados pra lidar com um robô que quica na parede, e os outros chefões são difíceis porque são extremamente cansativos e possuem padrões RNG que exigem que você não tenha trabalhado um expediente de oito horas.
Mas a pior coisa que tem nesse jogo se chama “Third Armor”. A única armadura da série toda que você fica mais triste quando pega. Reduzir dano pela metade? OK. Capacetinho que varre a fase e identifica os itens? OK. Dash pra cima? Nice. Mas esse tiro que demora horrores pra carregar e, se você solta no momento errado, acaba disparando um tiro MENOS efetivo que o sem armadura? Isso é ridículo. Palhaçada total. Ainda bem que nunca mais repetiram esse vacilo colossal. O Procon deve ter sido notificado e obrigou a Capcom a nunca mais mandar uma dessa. Ao menos a armadura é bem mais bonita que a do X2, que é um negócio meio Dragon Ball Z das ideias, feio demais.
No Mega Man X DiVE a Third Armor é mil vezes melhor.
Tá, mas o jogo é ruim? Tipo assim, ruim, ruim, RUUUUUUUUUUUUIM, não é. Querer que um Mega Man seja ruim é querer demais.
Brincadeiras a parte, ele é um jogo mais cru, seco e bruto. É só a partir dessa perspectiva que se compreende o X3 decentemente: como aquele jogo que se contrapõe ao antecessor, já que o X2 é um jogo bem colorido, alegre, meio “de porcelana”, com fases bem diversas e naturais. E o X2 é ótimo exatamente por isso. O X3 é pra “abaixar o tom”. E o X3 é… mais complicado, mas ainda interessante, exatamente por isso.
Enquanto no X2 até as bases militares não têm tanto clima militar, vide a fase do Wheel Gator, no X3 até aquilo que não é militar parece meio morto e militarizado como acontece na fase do Neon Tiger. Tudo no X3 é “militarizado”, todas as fases possuem alguma característica explícita de guerra, isso simplesmente faz parte da dinâmica do jogo. Uma maneira bem inteligente de jogá-lo é iniciando pela fase da vespa, já que essa fase é a base de armamentos da milícia do Doppler, então ao derrotá-la você neutraliza esses armamentos e todos os robôs das outras fases terão menos tipos de ataque. O problema dessa maneira “inteligente” é que, na minha opinião, a vespa é o chefão mais difícil do jogo, então boa sorte derrotando-a no Buster sem coração e sem nenhuma parte da armadura.
É fato que o X3 é um jogo que tenta mais ser “Mega Man X”, digamos assim, porque Mega Man X é a mais militar das séries de Mega Man. Enquanto há uma disputa ideológica explícita da série Zero pra frente, na série X nós somos obrigados a viver uma espécie de cenário de guerra mundial, onde o conflito ideológico fica muito dissolvido no meio da urgência para “combater o mal”. Não dá tempo de refletir sobre o que é um “Maverick”, sobre o papel dos humanos, o papel dos Reploids, sobre quem está certo e quem está errado, aliás, se há alguém certo ou alguém errado. Todas as reflexões ficam neutralizadas em nome da luta contra o mal, dos Maverick Hunters contra a rebelião do Sigma que quer dominar o mundo, como se o Sigma não passasse da segunda encarnação do Dr. Wily, mais uma caricatura de vilão.
Claro que, a partir do Mega Man X4 e principalmente no X5, somos um pouco impulsionados a repensar a disputa ideológica, mas a verdade é que não conseguimos. Mesmo no X5 não conseguimos. Ainda que haja um milhão de reviravoltas, que talvez o responsável pelo caos no universo seja o Zero, no final sempre tem um Sigma que está por trás de tudo, é o mal encarnado e deve ser derrotado para que a paz impere. Por isso gosto tanto do X7, o jogo onde o X entra em conflito profundo e mantém por muito tempo a decisão inusitada de não lutar, cedendo no meio do jogo porque se não não poderia se chamar “Mega Man X7” percebe que não tem outro jeito. Essa é uma mentalidade militar, “bem contra o mal”, “nós contra eles”, os minutos contados que não permitem a reflexão, só o disparo do gatilho. Os Maverick Hunters são policiais militares, o Mega Man X2 tentou flertar com um outro clima mas o X3 veio justamente reinserir a série nos trilhos em que ela precisaria ficar para descarrilhar onde descarrilhou.
“Ah mas Nubo o X4 também é um jogo totalmente militarizado e não tem essa falta de criatividade que tem no X3. As fases são diversas, mesmo sendo todas bases militares. A trilha sonora é muito foda. Os chefões são muito diversificados também.” bom, sim, mas Mega Man X4 não é “um tom mais escuro”, não é nada cru, nada seco.
E, além disso, X4 é melhor e mais criativo mesmo.
Bom, ficou o devaneio. Eu poderia escrever um texto de 15 horas aqui só sobre o Mega Man X3, mas não vou, e também não vou dar nota, não vou dar veredito. Só fiquem com a ideia que joguei aí no ar. Casem ela com o jogo e façam o julgamento que quiserem, daí.
Ah sim, eu comecei Mega Man X4 na semana passada, já que não daria pra terminar o X3. Infelizmente o jogo ficou meio lento porque jogar no Linux jogos que são problemáticos até no Windows é uma merda, e a Legacy Collection é sim problemática e desnecessariamente pesada. Fiz todas as fases menos a do Jet Stingray. Mais impressões no futuro, porque já toquei muito nesse jogo falando do antecessor.
Animes
Minha Crush Esqueceu Os Óculos
Por algum motivo, aqui em casa não existe Netflix, nem Amazon Prime Video, nem HBO, nem sei lá o que mais que tem por aí. Só tem uma coisa: Crunchyroll. Eu assinei uma vez pra assistir Mobile Suit Gundam e não desassinei mais, infelizmente. Então às vezes eu e a minha esposa queremos assistir alguma coisa que não seja shounen e saímos procurando qualquer coisinha fofinha que apareça na lista de desenhos.
Assim já assistimos SPYxFAMILY, Don’t Toy With Me Miss Nagatoro, e agora esse desenho que se chama… é, eu só sei o título em português, Minha Crush Esqueceu Os Óculos. Num geral esses desenhos servem pra minha esposa entender como eu era “loser” na época da escola, porque sempre me identifico com esses protagonistas que são bulinados, se apaixonam, não percebem quando a menina também está apaixonada mesmo que todo o resto da turma tenha percebido, não acreditam que a menina também está apaixonada mesmo que todo o resto da turma afirme isso, mesmo que ela tenha apresentado pros pais, pra avó e pro cachorro, não tem coragem nem de dizer “oi” pra menina, etc. Toda vez que o protagonista desse desenho tinha uma crise de ansiedade (não a formal) por causa de paixão eu falava “é, essa época era foda mesmo”.
É triste demais a sina do nerdão romântico.
Mobile Suit Zeta Gundam
Semana retrasada terminei o Mobile Suit Gundam (0079) e já fiquei lombrigado de meter o Zeta Gundam na sequência. Minha esposa não gosta de Gundam, ela dorme todo episódio. Por um tempo no 0079 ela tentou ficar acordada, ainda mais quando rolou um draminha com os personagens, apareceu a Newtype diferenciada lá que gostava do Char, a Mirai dispensou o noivo e depois lascou uns beijos no loirão que morreu logo em seguida, mas logo ela desistiu e voltou a dormir todo episódio. No Zeta ela nem tentou. Tá certa ela.
Mas eu gostei muito do Gundam 0079, mesmo não conseguindo assistir dois episódios seguidos porque era muito tenso. Eram 20 minutos de guerra pura sem descanso, você sabendo que o resultado seria positivo no final porque não é possível que o desenho terminaria com a morte de todo mundo da White Base, com a morte do Amuro. Apesar de que, quando foi chegando o final, eu já não duvidava de mais nada. Virou Mutantes - Caminhos do Coração o bagulho. Poder da mente, sonho com explosão de purpurina, intuição de Homem Aranha, enfim. Sem contar que o desenho é política pura, o cara lá literalmente me fala que quer seguir os passos de Adolf Hitler, e eu não pude evitar de pensar “o que será que isso significa pra eles?”, mas acho que esse rapaz ter executado o próprio pai e metade da federação num só tiro e não sentir remorso nenhum, só chamar de “sacrifício necessário”, explica muita coisa. Enfim, muito zoado, mas muito foda.
Já o Zeta Gundam, acontece que o bagulho é MUITO mais mil grau que o 0079. O primeiro episódio eu não entendi porra nenhuma, o Kamille só me parecia alguém totalmente thinner das ideias, mas conforme o desenho foi passando tudo começou a fazer sentido. Com o Zeta eu fico muitas vezes com vontade de assistir mais episódios de uma vez só porque fico curioso de verdade, embora ele ainda seja muito tenso, que seja de guerra como o 0079, ele tem uma… história e personagens que estão além da guerra. Não que não existisse um “além da guerra” no 0079, mas no 0079 tudo era engolido pela guerra, e era uma situação até meio parecida com o que comentei de Mega Man X em que tudo acontece numa correria tão absurda que sobra pouco tempo pra pensar em conflito ideológico, embora ele exista, que o desenho em nenhum momento tente esconder que a Federação não é flor que se cheire, mas acontece que a urgência da molecada era de sobreviver e isso só poderia acontecer se os Zeon fossem de comes & bebes.
No Zeta, não é bem assim. Ele até te ilude em alguns momentos sobre os papéis estarem claros, mas eles não estão. Em primeiro lugar você entra em choque porque o protagonista não é o cara que vai lutar com a Federação, é o cara que rouba um Gundam e vai pra nave dos rebeldes. Aí do ponto de vista dos rebeldes tudo é lindo, mas ele não confia nos rebeldes, às vezes o Quattro age esquisito, tem umas pessoas muito estranhas envolvidas. Nem dá pra saber muito bem o que está acontecendo e o próximo episódio sempre dá esperança de explicar um pouco mais, tem muita história pra desenrolar, tem expectativa do Amuro voltar e a gente ver se ele finalmente meteu um boneco na Fraw Bow ou ficou só brincando de Letronix pra lembrar dos velhos tempos, tem expectativa do Kamille locaço lascar um beijão em alguém, tem expectativa da gente descobrir que tá tudo errado e os AEUG são vilões.
E, brincadeiras a parte, a conexão com o Kamille é muito mais profunda do que com o Amuro. Não estou dizendo que o 0079 é falho nesse ponto, acho que o retrato do Amuro é muito diferente, ele me fez pensar coisas que eu nunca tinha pensado na vida, é muito legal observá-lo. Mas o Amuro é muito mais uma pessoa reativa às circunstâncias, ele não parece ter muito tempo pra remoer os sentimentos e nós de certa forma não temos acesso a esses sentimentos da mesma forma que temos com o Kamille. Até o próprio desenho observa isso da sua maneira naquele episódio em que o Wong chega e dá um cacete nele quando ele “tá de manha”, o Wong é o cara que funciona nos moldes antigos, da época da White Base. Quando o Quattro disse “estávamos sendo muito moles com o Kamille, malz” eu senti um pouco o desenho falando comigo, não que estivesse pedindo desculpas pra mim, mas me alertando que existe uma diferença clara na liberdade que o desenho dá pro Kamille expressar seus sentimentos para a que o outro desenho dava pro Amuro.
Enfim, Zeta Gundam é muito foda. Não sei se recomendaria alguém assistir o Zeta sem assistir o 0079. Se estiver achando o 0079 chato tudo bem, pula, o Zeta é muito mais interessante e tem muito mais sentimentos do que a tensão constante da guerra. Mas tenta assistir o 0079 e, se gostar, vá até o final. É muito legal ter ele na cabeça pra comparar. Essencial não é, mas é da hora.
Dica do programador
É front-end? Nunca deixe nada em Local Storage que não seja tokenizado. Se tem algo na sua Local Storage, tokenize urgentemente. Se não tem tempo disponível pra isso, comece a encher o saco da gerência até arrumar esse tempo. E não desista. Antes você corrigir isso do que ser pego pelo PenTest e ainda ser responsabilizado depois. E olha que, se for pelo PenTest, você ainda está no lucro. Poderia ter sido por um hacker.
Filosofia
Eu só gostava de filosofia quando precisava disso pra me defender de crente. Agora tenho preguiça demais. Foda-se a epistemologia.
Música
Carpenters
Melhor discografia do mundo fora algumas outras.
Gary Glitter
Essa é a discografia que honestamente mais me deixa puto nessa vida. Não sei por que estou assistindo todos os shows desse cara, não sei por que não venci essa compulsão por discografia no caso dele, porque Gary Glitter só foi muito legal quando descobri ouvindo numa single junto com alguma outra banda, acho que era o Mungo Jerry. E eu estava muito cansado de ouvir Mungo Jerry.
Sinceramente, impossível não encarar essa discografia trazendo à mente que se trata de um cara condenado por pedofilia, porque as músicas possuem uma sugestividade estranha, um tipo de romantismo que é coisa de quem fica pensando em “minazinha virgenzinha”, sei lá. E pior ainda: what your mama don’t see, your mama don’t know.
Não vou dizer que os álbuns são ruins mas, de verdade mesmo, não sei por que estou ouvindo esses bootlegs que são ruins pra caramba. Os caras ficam repetindo a mesma melodia por meia hora até decidir que vai começar a música mesmo. É foda.
Brenda Lee
Às vezes eu ouço música de divas pop das antigas pra me sentir um romântico incurável mas, assim que lembro que possuo momentos em que um toque físico pode despertar a pior das minhas fúrias contra a humanidade, eu deixo isso quieto.
Hillsong
Toda vez que eu coloco isso pra ouvir numa caixa de som minha esposa diz “oloco aí tá crente hein” e eu falo “é só pra tirar o gosto da cachaça seu Zé”.
Pink Floyd
Estou desde 2017 ouvindo essa discografia. Conclua o que quiser. Eu não concluo mais nada.
Sobre a situação no Oriente Médio
Não entendo nada desse assunto.
Misticismo quântico
Momento crente
Se tem uma passagem na Bíblia que a igreja tem dificuldades pra contextualizar, essa passagem é 1 Timóteo 3. Naquela parte em que Paulo fala para Timóteo que o bispo deve ter caráter irrepreensível, blablabla. Em algum momento muitas igrejas entenderam que o bispo precisa ter caráter irrepreensível para adquirir respeito entre os membros da igreja, mas não é assim que funciona: você precisa ter um caráter irrepreensível para ter boa reputação com o mundo.
Criou-se um paradigma dentro da igreja de que você não precisa ter respeito do mundo, afinal, o mundo jaz no maligno, e toda essa maracutaiada toda aí. Não existe nada mais errado do que isso. A igreja precisa, e muito, do respeito do mundo. Talvez não de todo o mundo, mas do mundo. Se as pessoas te olham torto porque você é crente isso não se torna um troféuzinho a levar pro quarto, “estou sendo distinguido desses pecadores”, isso só significa que você não entendeu nada da dica que Paulo falou a Timóteo.
Nem sou das pessoas que acreditam demais na literalidade da Bíblia, mas é que é uma dica muito lógica: quem é o imbecil que, apesar de não te respeitar, vai ouvir o que você tem pra falar? “Ah mas eu tenho uma luz diferente do Espírito Santo que vai converter as pessoas” virou Copel agora, jow? “Ah mas o Espírito Santo é que vai a frente eu não posso mesmo fazer nada” o Espírito Santo existe pra fazer aquilo que não está ao nosso alcance, tudo o que está ao nosso alcance a gente precisa fazer. Construir reputação está ao nosso alcance desde os tempos de Timóteo, afinal, foi isso que Paulo pediu pra Timóteo fazer. Timóteo era um ser humano comum, Paulo também era um ser humano comum. Ambos limitadíssimos, inclusive.
E tenho péssimas notícias: a reputação do crente na sociedade é uma merda. Talvez você não saiba disso porque seus amigos são todos crentes, mas tenha amigos da comunidade LGBTQIAP+, tenha amigos que participam de batalha de rap, tenha amigos artistas, amigos de setores da sociedade que não estão dentro da igreja e veja o que eles estão pensando dos crentes. Se você acha que eles pensam isso por culpa deles, leia 1 Timóteo 3 de novo. Tudo é responsabilidade sua. A igreja se posiciona de maneiras comprometedoras de propósito, ninguém obriga ela a ir lá e dar a cara pra bater, ela faz isso sozinha, tem sede de envergonhar o nome de Jesus Cristo.
Se, ao se posicionar, você não pensa no que os “de fora” pensarão de você, você simplesmente não fragou a dica de Paulo nessa carta a Timóteo. Inverte a chave. Ninguém liga pro seu caráter no sentido moralista do termo não, só gente de igreja liga pra essa bosta, só serve pra ficar mostrando pra outros crentes que você merece respeito porque segue regras, e também pra você distorcer todas as suas orações achando que “olha só estou muito santinho… Deus está tãããããããããão mais próximo de mim”. O mundo tem necessidades reais, tem gente passando fome, tem gente sofrendo violência, existe transfobia, homofobia, existe racismo, existe injustiça aos montes, sua imagem de santinho não resolve o problema de ninguém. Aprofunde-se nas necessidades do mundo, entenda o que o mundo espera de você, ame o mundo, aí sim você vai ter a moral de pregar o Evangelho e ser ouvido.
Mas sinceramente? Na minha opinião, agora não é hora de pregar pra ninguém. Na verdade há um tempão, se bobear há mais de um ano, falo que a única postura adequada pra igreja é se arrepender, reconhecer publicamente seus erros, seus crimes, construir medidas preventivas para que não se repitam no futuro, e aí o que vem pela frente Deus sabe. Bem. Se alguém vê possibilidade disso acontecer, me avise. Por enquanto o que mais vejo são pastores dobrando a aposta, erguendo ainda mais o tom, sei lá. Enquanto as coisas estiverem assim, sigo preferindo ficar com os excluídos que odeiam a igreja.
Acho que falei bastante, padrão Nubobot, né? A verdade é que eu iria continuar escrevendo mas logo o Substack me avisou que eu tinha passado do limite, então cortei uma parte e deixei pra outro post. Eu ainda consigo escrever bastante bobagem. Se for só por isso, essa ideia de blog está salva. Pena que eu tenha problemas frequentes de auto-estima e desista de escrever com essa mesma frequência mas vamos que vamos!